segunda-feira, 16 de agosto de 2010

summertime

o verão é propício a dilatações. engorda-se, minga-se, sua-se e seca-se. o que era bom passa a ser mau. o que era grande é agora mais pequeno que uma unha e o amor incondicional que eu sentia por ti, perdeu-se no meio dos pinheiros com o vento.
fico sempre espantada com a rapidez, não! o imediatismo das decepções.

há uns tempos atrás decidi, finalmente, ter aulas de iniciação de dança no varão: giríssimo!

única e absoluta observação do meu pai:

"-não há nenhum homem que mereça esse esforço"

pouco tenho para dar. a minha bagagem cabe num cartão multibanco. tudo o que possuo é descartável e não pertenço à localidade que vem escrita na minha cédula. não sei de quem sou, mas contigo, sou de menos um. com a minha mãe sou de menos dois e com a finalização da transação sou de menos três.

não me lembro de perder tanta gente em tão pouco tempo.

nem das cordas do violino pertenço por completo. estou com artrite nos tendões das mãos, portanto, passarei a ser de menos quatro.

só pode ser do calor dos incendios onde, de facto,




1.02/16 aug/dia das meninas no veterinário

5 comentários:

  1. Deixei de ser um anônimo que não sabia que era.
    Qual será o limite do esforço? O medo? Ou o fogo? Isso dá mesmo muito a falar.

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  2. eu acho que o limite do esforço esvai-se quando tudo é consumido pelo fogo. não há ideais mas, no extremo, gosto de pensar que dou tudo "até me consumir". mas nem sempre é possivel, claro...

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  3. Nesta perspectiva o fogo é o éden. Não há medo (para alguns). Consumir-se faz parte do processo de "degustação".

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  4. não sei bem se o estado "fogo" é o próprio éden, o estado máximo, mas concordo no prazer ilimitado de se ser consumido pelo fogo.

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  5. hum... resumindo em ações é mesmo, mesmo isto.

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