sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O outro lado do branco


O que seria de nós, se entrasses agora por mim adentro nessa incerteza que te traz cativo? seríamos nós mais felizes do que o que somos agora? o que seria de nós se, apenas agora, respondessemos por inteiro à equação química da nossa pele? qual a reacção cósmica da teoria caótica das nossas línguas? que seria de nós se não me dissesses tantas mentiras especiais que me dizes por razões específicas para melhorar a nossa vida? Proust escreve que a felicidade é algo de que a febre está ausente. Ardo.
Vazará um dia este ardor que me consome quando pairas os meus pensamentos? A coisa mais importante é a resposta à vida. e eu possuo-a todas as vezes que a encontro na ponta dos meus dedos. Não sei o que esperar de ti, mas é algo parecido com um milagre. Exiges-me tudo - até o impossível, porque eu te encorajo. Eu sou realmente forte. Sinto necessidade de te dizer que te amo porque não acredito nisso. Todos os dias penso e racionalizo novas formas de te amar. Existem beijos novos nos teus cabelos.
Por que se encolhem todos os homens perante o amor mais difícil? Anaís disse-o: "não são as mulheres fortes que fazem os homens fracos, mas os homens fracos que fazem as mulheres superfortes".

Deixa-me ler-te esta passagem de "Henry and June":

"...tu amas as tuas prostitutazinhas porque és superior a elas. Recusaste realmente enfrentar uma mulher que esteja ao teu nível. Ficaste surpreendido de ver quanto eu podia amar sem julgar, adorando-te como nunca nenhuma prostituta alguma vez te adorou. Bom então, não estás mais feliz por seres adorado por mim, e isso não te faz infinitamente superior?"

00'10/antes de ir trabalhar/capricho 24 paganini





Não tenho a arte de juntar palavras que se transformam num reluzente, espesso e doce mel como tu o fazes.
Essa beleza entre nós apenas a ti pertence.
Transformar água em gelo em que esculpes as mais belas estátuas. Algumas, não duram mais que umas longas e boas horas.
Tal como a nossa… em que destino cruzou, descruzou e nem tempo tive de lamber e saborear o suor de paixão que te escorria entre os seios.
Desconheço as regras ou normas de escrita… no entanto, “choro” emocionado a cada frase que leio das tuas infindáveis dissertações internas.
Não sei o que é o sujeito poético, não sei quais são os pronomes,advérbios, nem os tempos dos verbos correctamente conjugar... tão pouco adjectivo com a potência com que tu o fazes.
Não tenho a loucura dele, não bebo do mesmo veneno… não percebo as suas metáforas.
Mas uma coisa ninguém me tira… sinto… sinto… sinto!
Por isso sou humano… por isso falho… falho e continuarei a falhar. cada tentativa falhada desventra-me.
Odeio falhar.
Ajuda-me a não voltar a errar.

Abrir parêntesis tu sim mereces fechar parêntesis ponto de suspiro

Tarde de chuva de domingo ao som da lareira e michael bublé/ não respondes/ 12 min/
ressaca brutal"

1 comentário:

  1. Este texto é uma lição de amor, dedicação e entrega. A si mesma, à pessoa amada e à Arte. Parabéns pelo teu talento mas comparto os louros da autoria...

    "Nunca mais te quero ver à frente" disse ele, num vómito.
    "Até logo", respondeu ela pensando o quanto queria ficar ali deitada com ele... mas tinha ir... ia-se vender.
    "Estás te a despedir? " perguntou ele

    Silencio e uma porta a bater.

    ResponderEliminar